E na hora certa nunca sei o que dizer.
Queimei minha língua bebendo café, sujei meus dedos com a tinta da caneta. Eu
fico apavorada, com a respiração entrecortada, e sorrio feito uma boba,
mostrando os dentes.
Fico sem graça, com o rosto quente, querendo esconder as mãos trêmulas
nos bolsos da calça. Mãos cheias de dedos. Dedos cheios de unhas roídas. Antes
de tudo isso eu me orgulhava das minhas unhas longas, sabia?
E na hora certa nunca sei o que devo dizer.
O que você quer que eu diga? Escreva um script, desenhe um mapa. Me faça
entender, pois insisto: estou perdida.